Metodologias Ágeis – Pesquisa recente da plataforma 100 Open Startups apontou que, do começo da pandemia até junho de 2021, o valor total de contratos fechados por empresas para serviços que envolvem tecnologia e inovação ofertados por startups subiu de R$ 800 milhões para R$ 2,2 bilhões, uma diferença de 175%. O mundo busca inovação e tecnologia e o crescimento do valor das startups é prova disso. O Brasil já bateu a marca de 20 unicórnios, apelido dado às empresas que atingem o valor de U$ 1 bilhão no mercado. Cotando para nossa moeda, temos 20 startups valendo mais de R$ 5 bilhões. A Associação Brasileira de Startups – ABStartups acredita que esse número deve aumentar em 400% até 2026, com cerca de 80 novos unicórnios.
Tanto crescimento motiva empresas brasileiras a ficarem de olho no que é inovador e também naquilo que pode aumentar a qualidade e a eficiência de seus processos e entregas. Nesse sentido, inspiram-se em gigantes internacionais como Sony, Lego, Mitsubishi, McDonald’s e Yahoo!, que em comum adotam uma inovação interessante e facilitadora: as metodologias ágeis.
A terceira edição do estudo Agilidade na América Latina revelou que o investimento de empresas em projetos ágeis aumentou em mais de 30% desde 2017. Dentro desse estudo, as empresas apontaram que a adoção dessa filosofia entregou redução de custos e riscos. O levantamento foi realizado com base em entrevistas de 48 gestores de 35 empresas situadas entre Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. Dessas instituições, 26 fazem parte das 500 maiores empresas da América Latina.
A adoção das metodologias ágeis se tornou um norte. Essa filosofia consiste em acelerar o processo de produção de forma dinâmica e flexível. Para que isso tenha sucesso, tudo o que precisa ser executado é dividido em pequenas entregas, tarefas. Um time é dividido para executá-las, fazendo uso da Inteligência Coletiva. Ou seja, o termo “ágil”, que encontramos nessa metodologia, não se trata exclusivamente da aceleração do processo, mas sim da prontidão da equipe e da eficiência em realizar rápidas mudanças e adaptações para que a produção seja eficiente e não atrase.
Um dos vários benefícios oferecidos pelas metodologias ágeis é a solução colaborativa dos problemas enfrentados. Quanto maior o número de pessoas envolvidas no processo, com conhecimento técnico de como funciona cada etapa a ser concluída, mais rápido encontrarão possíveis soluções para problemas que surjam em quaisquer etapas.
Muitas vezes, a falta de comunicação entre as áreas acaba afetando e até mesmo causando demora nas entregas. A maioria das empresas ainda utiliza o modelo cascata em suas atividades. Assim, o operador 2 só pode “iniciar” sua atividade quando o operador 1 entregar a parte dele pronta. Se o operador 1 tiver algum problema ou dificuldade, atrasará o trabalho do operador 2 e sucessivamente a dos demais responsáveis até a produção final. Outro grande problema enfrentado pela falta das metodologias ágeis é o desconhecimento sobre as questões e etapas do processo. É comum encontrarmos empresas onde o operador 2 está esperando pela produção final do operador 1 para iniciar sua atividade, mas não entende como funciona ou o que exatamente o operador 1 faz.
Ao contrário do que muitos imaginam, não estamos falando de treinar todos os colaboradores de uma instituição para estarem aptos a servirem em todas as etapas. As metodologias ágeis servem como base para se adaptar mais do que planejar. Dessa forma, os operadores conseguem encontrar soluções para superar todas as fases, juntos, entregando o produto com qualidade e de forma mais rápida que a do modelo cascata.
A metodologia ágil ensina a dividir esse conhecimento e preparar o colaborador para o serviço a ser executado. Para isso, é preciso estabelecer uma comunicação transparente entre os profissionais, sem necessariamente ficarem horas em videoconferências agendadas, comum em tempos de quarentena. Estabelecer o porquê e fazer com o que o time entenda o porquê de estarem fazendo o trabalho daquela maneira fará toda diferença. Assim, o “como” e o “que” vai ser feito será resultado desse entendimento. Ou seja, as tarefas estarão delegadas e serão entregues com os propósitos claros e com seus responsáveis definidos.
Esse método também instrui o colaborador a definir os seus entregáveis de forma racional. Ele é capaz de identificar e separar suas necessidades entre o que deve entregar com maior urgência e o que pode esperar mais tempo. O importante é compreender a necessidade de sinalizar cada andamento realizado. Essa é a essência da metodologia ágil. Estabelecer pessoalmente os seus tempos: horários em que irá fazer cada tipo de videoconferência, horário para responder e-mails, horário para produzir e entregar, horário para o café e para descansar e ter um horário limite de término é muito importante.
Um dos modelos mais adotados da metodologia ágil é o Kanban. O nome significa “cartão visual”. Ele nasceu no meio do século passado na Toyota, nos anos 40, e é utilizado pelas maiores empresas do mundo, como a Microsoft e o Google. De forma prática, é um quadro com três colunas: To-Do (o que tenho para fazer), Work-in-Progress (o que estou fazendo) e Done (o que terminei), separando cada tarefa em “post-its” – uma forma de visualizar e controlar informações e etapas de uma produção.
O Kanban pode ser aplicado em diversas áreas, conseguindo assim centralizar todas as etapas das tarefas e sistematizar uma cadeia de produção de forma ágil, eficiente e visual. Vale destacar que não necessariamente você precisa montar esse quadro todo e comprar milhares de post-its. Existem plataformas gratuitas e pagas para cada tipo de trabalho disponíveis para auxiliar você a fazer seu negócio crescer, otimizar tempo e produzir mais de forma rápida e eficiente.
Escrito por: Guilherme Baumworcel CEO e Fundador do Rupee
