No começo desse artigo, quero fazer uma pequena proposta. Feche os seus olhos e imagine-se em um ambiente que permita a sua criatividade fluir. Abra sua mente e esqueça que esse texto trata de negócios e empresas. Pense: em que ambiente minha criatividade fluiria melhor? Como seria esse ambiente? Pensou em um ambiente? Agora ignore o que você pensou e reflita: quantos de seus colaboradores, caso fossem questionados sobre a mesma coisa, pensariam no seu ambiente de trabalho? Provavelmente a resposta seria próxima a zero.
Nos últimos anos, estamos acompanhando um processo constante de empresas buscando se tornarem ambientes criativos: redesenho de layouts, flexibilidade de horários, humanização de escritórios, palestras com figurões de mercado, investimentos em sistemas etc. São milhões de dólares gastos anualmente em uma tentativa de fazer fluir a criatividade e a inovação dentro de companhias, sejam elas centenárias ou startups.
Passei os últimos anos da minha vida pesquisando como tornar empresas mais criativas e inovadoras. Transformei todo esse estudo em um framework, baseado em 12 ferramentas, que vem ajudando empresas no Brasil e no mundo a se tornarem mais inovadoras. Meu maior aprendizado, entretanto, e que eu gostaria de dividir com vocês não reside em nenhuma técnica e nenhuma ferramenta, e sim em uma pergunta que faço sempre que uma empresa me procura para mudar o seu processo criativo: como você trata o erro dentro de sua organização?
Descobri ao longo dos anos de estudo e prática que a resposta a essa pergunta é o meridiano que divide as empresas que estão prontas para inovar e as que não estão prontas para inovar. Caso a resposta não seja a correta não adianta investimentos pesados em arquitetura, não adianta montanhas de dólares gastos em palestras com tops de mercado: sua empresa não inovará.
Empresas inovadoras ou com potencial de serem realmente inovadoras possuem algo em comum: praticam a cultura real de se abraçar o erro. É o que eu chamo de cultura justa: abraça-se o erro para previni-lo. Infelizmente, são poucas as empresas que vejo no meu dia a dia que praticam isso. Em grande parte das organizações vemos dois cenários:

O erro é mal visto ou condenado

Nesse cenário cria-se bloqueios em grande parte dos colaboradores e a tendência é que o time se transforme em um caçador de desculpas para explicar as possíveis falhas. O deslize, que poderia ser um catalisador para aprender mais sobre o seu produto, a sua equipe ou os processos que estão sendo feitos, se torna um alarme que deve ser apagado e esquecido com uma boa desculpa.

O erro é ocultado: a prática nessas organizações é evitar o conflito

O que significa em não ir ao encontro do real problema e muito menos da solução.
Agora a pergunta que se deve fazer é: como desenvolver a cultura de abraçar o erro dentro das organizações? Felizmente esse desafio, o que parece uma tarefa difícil, pode ser facilitado visitando-se as melhores práticas de organizações que atingiram esse nível. Basicamente, todas possuem cinco pontos em comum:

1) Liderança altamente treinada em competências comportamentais

Líderes muito técnicos ou muito especialistas tendem a negligenciar o poder do seu comportamento sobre os demais. Uma vez conheci um líder de uma grande organização que era super rigoroso e controlador com os seus liderados, mas não media as palavras na hora de usá-las. Como alguém tão caprichoso e atento a todos detalhes não tem o mesmo cuidado na hora de escolher suas palavras?

2) Entenda o que há por trás do erro

Praticar a cultura do erro é dedicar tempo para analisar o motivo do erro antes de partir para outra solução. Solução é consequência.

3) Pratique a escuta ativa

Saiba escutar a opinião e a voz de dentro de sua empresa. Crie canais claros e seguros para isso, nem que seja uma ouvidoria.

4) Pivete soluções antes de implantar

Teste as soluções em pequena escala;

5) Tenha processos claros

De encontro a que muitos pensam, processos não travam a criatividade. Ao contrário, permitem que o colaborar perca menos tempo ajustando pequenos erros e gaste mais tempo analisando os erros mais impactantes;
Que tal começarmos agora a mudar essa história? Quantos erros você já abraçou hoje? E quantos condenou?
Autor: Rodrigo Lang
Sócio do IEG

Autor

Redação IEG

O IEG é uma empresa que elabora soluções de ensino, pesquisa e consultoria em gestão de forma integrada e complementar para você e para a sua organização.

1 Comment

    […] até dois anos, conforme dados do Sebrae, tenha crescido de 54% para 77% entre 2010 e 2014, muitos erros primários são cometidos por novos […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Share via
Copy link
Powered by Social Snap